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Irmãos viajam o mundo fazendo cerveja artesanal

Foi a vontade de viajar que levou os irmãos argentinos Federico e Lucas Martino, 28 e 31 anos, a adotarem um estilo de vida nada convencional. Publicitários por formação, naturais de Mendoza, mas moradores de El Bolsón, na Patagônia, eles viajam pela Amér

Foi a vontade de viajar que levou os irmãos argentinos Federico e Lucas Martino, 28 e 31 anos, a adotarem um estilo de vida nada convencional. Publicitários por formação, naturais de Mendoza, mas moradores de El Bolsón, na Patagônia, eles viajam pela América dentro do “MotorBar”, uma espécie de fábrica de cerveja sob rodas. “Nós gostamos de viajar e queríamos fazer uma viagem longa”, conta Lucas.

A ideia de fazer cerveja ao longo do caminho veio depois. Produzida sob o nome de “Sur Cerveza Artesanal”, a bebida ajuda a custear o diesel e é trocada por comida e outros produtos.

A viagem começou em fevereiro do ano passado, a bordo de um Bedford 300, de 1964, que não passa dos 65km/h e estava abandonado. “Primeiro pesquisamos a possibilidade de usar um veleiro, mas acabamos descartando. Até que encontramos o motorhome abandonado perto de casa. A pintura, lataria, estava muito ruim, mas o motor estava perfeito. A essa altura a gente já tinha decidido que teríamos um ônibus-bar e que fosse também uma fábrica de cerveja artesanal móvel”, conta Lucas.

Todo colorido, o ônibus contém duas camas, banheiro com chuveiro de água quente e fria e mesa para refeições. Já bastante desgastado pelos seus 14 meses de viagem, ele ainda está equipado com garrafas e barris para armazenar a cerveja que é produzida durante as paradas.

Restaurar o ônibus custou oito meses de trabalho, oito horas por dia. Ainda sem ter concluído, eles saíram em direção às primeiras cidades argentinas e uruguaias, antes de vir para o Brasil. No caminho, produziam: uma IPA, uma Ale vermelha, uma pilsen e uma cerveja escura.

E sem ter roteiro fixo, os irmãos contam que foram decidindo atingir metas. Uma delas foi chegar a Curitiba em tempo de participar do Festival Paranaense de Cervejas Artesanais, que reunia grandes nomes do setor, como Pete Slosberg (EUA), Rodrigo Ríos e Guido Arezo (Cabesas Bier - Uruguai), Ronaldo Flor (Gauden Bier - Brasil) e Tobias Fischborn (Lallemand - Alemanha). Eles contam que estavam em Santa Catarina e só tinham 12 litros de cerveja e R$ 7 para chegar ao festival. Foram trocando cerveja por diesel, contando de sua aventura para gerentes de postos de combustíveis.

“Outra meta que alcançamos foi participar da Olimpíada do Rio, ali nós fizemos várias brassagens”, conta Federico. Como ocorre com todos os lugares onde pararam para cozinhar, o Rio de Janeiro foi marcado no mapa de viagem pintado no MotorBar. Fãs de futebol, eles ainda conseguiram assistir a dois jogos da Argentina na Olimpíada só com a venda da cerveja. Por último, passaram por um perrengue bem brasileiro: tiveram suas duas bicicletas, parte do kit de viagem, furtadas. Depois do Brasil, a dupla, que passou por Belém e agora também viaja acompanhada do primo, Gustavo Herrera, 35 anos, quer seguir para o Panamá.

Em cada lugar, um novo gosto para a mesma receita

Os argentinos explicam que a receita para fazer cerveja é a mesma - o que muda de uma cidade para a outra e acaba influenciando no sabor são questões como os insumos encontrados em cada cidade, o clima, a água, o tipo de brassagem e o tempo de fermentação. Normalmente, os meninos ficam em um lugar em torno de 10 dias.

“É o suficiente para a primeira etapa da fermentação, e assim podemos partir para lugares mais turísticos, como praias daquele lugar para começar a vender o que foi produzido”, explica Lucas.Em Belém, eles conheceram algumas confrarias – grupos formados por fazedores de cerveja artesanal – e compraram insumos em lojas especializadas, como a Cervejas de Panela e a Hopsteria. “É um espaço novo na cidade e que gostamos muito”, conta Lucas. “Eles inclusive deram uma dica para a degustação. Junto com a cerveja, dão um pouco de jambu para você colocar na boca antes e dá mesmo uma sensação diferenciada. É uma das coisas que só tem em Belém, não teremos como fazer em outro lugar”, lamenta Federico.

Novas amizades para seguir viagem

O plano original dos hermanos era seguir viagem para a Venezuela, de lá subir para o México e depois voltar para o Panamá. Mas com o clima instavel no país, que passa por protestos contra o presidente Nicolás Maduro, decidiram tentar algo um pouco mais complicado: alugar um contêiner especial (adequado ao tamanho do MotorBar) para pegar um navio do porto de Vila do Conde, em Barcarena, até o Panamá.

Além de gostarem de fazer novas amizades e compartilhar tudo o que viveram, eles acreditam que conversando e degustando uma boa cerveja é a melhor forma de as pessoas ajudarem para que a jornada deles continue. “Ainda temos o sonho de chegar até a Rússia, para a Copa de 2018”, conta Federico. “Nesta viagem temos recebido muita ajuda de muita gente. Pessoas que nos convidam para sua casa, bar, hostel, os que nos compram uma cerveja para financiar o diesel, e queremos que a viagem siga assim”, completa Lucas.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)

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