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Fotos da relação do índio com o mundo globalizado

A relação de José Medeiros com os índios do Xingu começou com uma fotorreportagem sobre o suicídio de índios guarani no Mato Grosso do Sul, estado onde nasceu. Depois disso, ele fez levantamento fotográfico em pelo menos 18 aldeias. Já são 20 anos de conv

A relação de José Medeiros com os índios do Xingu começou com uma fotorreportagem sobre o suicídio de índios guarani no Mato Grosso do Sul, estado onde nasceu. Depois disso, ele fez levantamento fotográfico em pelo menos 18 aldeias. Já são 20 anos de convivência. Em “Já Fui Floresta”, mostra que abre hoje, no Espaço Cultural Banco da Amazônia, ele traz uma nova secção desta série fotográfica, na qual aborda, especificamente, a relação dos índios com o mundo globalizado.

O nome escolhido para a série remete à vivência do fotógrafo junto aos índios Ikpeng, no Parque Indígena do Médio Xingu, e a outras etnias, o que lhe permitiu sentir, viver e presenciar cada detalhe do cotidiano indígena. “‘Já fui floresta’ sou eu. Eles continuam sendo e é importante que a gente se una a eles para garantir os meios para que continuem assim, apesar de que nas aldeias já há televisão, telefone, indígenas usando celular, computador. Isso não é necessariamente ruim, o convívio tem que ser saudável”, explica, com propriedade.

Veja imagens

Com algumas fotografias em preto e branco e outras coloridas, a mostra já passou por países como Portugal, e é vencedora de prêmios no Instituto Internacional de Fotografia (SP) e no 10º Leica-Fotografe. O paraense Guy Veloso, que assina a curadoria da exposição, dimensiona a dualidade de sensações que a obra de José Medeiros proporciona: “Enquanto as fotografias trazem um fascínio quase místico aos olhos, o assunto escolhido pelo fotógrafo carrega o peso da morte. José Mede iros traz aqui indígenas de regiões e etnias diferentes com algo em comum: suicídio, prostituição, drogas, fome, doenças e alcoolismo”.

Em outras palavras, a harmonia presente na composição de seus registros nos conduz à contemplação da natureza que integra o cotidiano vivido pelos indígenas ao percorrerem a densa mata do território de suas aldeias. Entretanto, ao apreciar o movimento que se faz presente na maioria destes retratos – brincar com a velocidade do obturador parece ser uma das predileções do fotógrafo –, somos também levados a nos questionar para onde caminham esses índios.
A mostra chega à galeria do Banco da Amazônia na véspera do Dia do Índio e faz lembrar que antes de 1500 existiam de 3 a 4 milhões deles no Brasil. Lembra um tempo em que todo dia era dia de índio. “Atualmente cerca de 400 mil indígenas vivem no Brasil. O contato com os brancos foi extremamente prejudicial, eles foram explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados, perderam suas terras. Para os indígenas, a terra tem um significado especial, ela não pertence a uma só pessoa, mas a todos. A natureza está presente na vida, suas aldeias, mostram como é possível o equilíbrio entre o homem e a floresta”, diz o fotógrafo.

GENOCÍDIO

Considerando a realidade em que estão inseridos os indígenas brasileiros, é notório que eles possuem extenso caminho a percorrer pela manutenção de suas identidades e existências. Para simbolizar essa luta, Guy Veloso propôs uma performance. No último dia de exposição, em 16 de junho, os visitantes serão convidados pelo fotógrafo para, juntos, destruir as fotos. A mostra então nunca mais poderá ser apresentada da mesma forma. “Assim como os indígenas que estão sendo assassinados em seus corpos e cultura, o público participará simbolicamente de mais um genocídio indígena”, diz Guy

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA “JÁ FUI FLORESTA”

Abertura: Hoje, às 18h30
Visitação: De 19 de abril a 16 de junho, de segunda a sexta, das 9h às 17h
Onde: Espaço Cultural Banco da Amazônia (Av. Presidente Vargas, 800, Campina)
Quanto: Gratuito
Informações: [email protected]

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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