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Belém recebe exposição e workshop sobre gravura

País conhecido por ser o berço de mestres da gravura, como Rembrandt e Pieter Brueghel, a Holanda mantém até hoje essa tradição secular, conciliando o trabalho deixado pelo legado artístico dos primeiros a entalhar a madeira e gravar o metal com produções

País conhecido por ser o berço de mestres da gravura, como Rembrandt e Pieter Brueghel, a Holanda mantém até hoje essa tradição secular, conciliando o trabalho deixado pelo legado artístico dos primeiros a entalhar a madeira e gravar o metal com produções contemporâneas de pensar e testar impressões. E Belém possui uma estreita relação com os artistas de lá, viabilizado há alguns anos por meio de coletivos e de projetos coordenados pelo paraense Armando Sobral. Após ter nomes daqui expostos no “Mês da Gravura”, o “Maand Van de Grafiek”, em Amsterdã, ocorrido em outubro do ano passado, agora, é a vez de Belém receber artistas de lá na exposição “Conexões”, que abre hoje, às 19h, no Museu da UFPA. A entrada é gratuita.

A curadoria da mostra é de Lego Lima, brasileira que mora na capital holandesa desde 1992 e tem sido responsável por movimentar esse cenário na Europa. A exposição coletiva reúne os artistas Jan Baas, Steven Toes, Ina Brekelmans, Ellen Huijsmans, Edwin Emmens, Melissa Halley, Hilda Boer, Emmy Dijkstra, Joyce Ennik, Hanna de Haan, Flip Lambalk, Lego Lima, Mieke Robroeks, Truzanne Lousberg e a apresentação do coletivo Grafisch Collectief Thoets, e é uma oportunidade de conhecer melhor a linguagem e perceber traços de aproximação e distanciamento na prática com a gravura.

Fotografia de obra de Steven Toes (Foto: Divulgação)


Gravura de Lego Lima (Foto: Divulgação)

“Queremos apresentar como funciona o mundo das artes lá, principalmente da gravura, que é viva na cultura holandesa. Fiz uma série de exposições pelo Brasil, em Curitiba e em São Paulo, fui encontrando pessoas. Já conseguimos levar o próprio Armando [Sobral] e o Ernesto Bonato [artista paulista] para Amsterdã. E agora, depois desses anos, as parcerias foram sendo solidificadas. Vir para o Brasil representa essa vontade de estar em contato com quem faz essa arte”, diz a curadora.

“É um período de renovação de visões e de trocas de conhecimento. Vamos conhecer métodos e técnicas que desconhecemos. É interessante ver como eles trabalham lá a gravura hoje e como isso impacta na imagem. São obras em xilogravura, que é o mais tradicional, até cianotipia e processos experimentais com a reprodução de imagens”, comenta Armando Sobral, coordenador da mostra em Belém.

A programação terá ainda o workshop “Litografia Alternativa e Xilogravura”, de amanhã até domingo, com as artista Hanna de Haan, natural de Haia, que desenvolveu uma forma curiosa de gravar: com papel laminado, sabão, lápis de óleo e Coca-cola. Foi por meio de pesquisas e experimentações em casa que ela conseguiu desenvolver a técnica de impressão a um baixíssimo custo e com materiais alternativos. Lego Lima e Steven Toes também serão ministrantes no domingo, 26.

“Não custa quase nada. Ela vai explicar como usar esses materiais e imprimir manualmente em cores”, explica a curadora.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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