Livro revela curiosidades sobre história de Belém

Belém já teve um prédio onde funcionaria sua Bolsa de Valores e onde hoje fica o famoso relógio, no Ver-o-Peso. A cidade também deveria ter um “arco do triunfo”, assim como Paris. E lugares como a igrejinha de São João Batista, em Mosqueiro, uma pequena joia rara de 1777, ainda é uma boa dica para um passeio histórico longe do tradicional complexo Feliz Lusitânia. Todas essas curiosidades e detalhes que compõem a história e a Belém de hoje estão reunidas no livro-álbum “Belém 400 Anos - A Cidade em 400 Fatos”, publicado pelas editoras Verde e Guia sob a chancela da Universidade Federal do Pará e do Museu Emílio Goeldi.

Bilíngue, em edição requintada, como tradicionalmente são as publicações dessas editoras, o livro-álbum tem 208 páginas e mais de 200 fotos, imagens ricas e belas, mostrando a Belém antiga em contraponto à atual, em uma diagramação leve, moderna, descrevendo fatos e mostrando a cidade de forma bem atrativa, proporcionando uma leitura fácil e prazerosa.

Fruto de mais de um ano de pesquisas, reunindo uma equipe de cerca de 30 profissionais das mais variadas áreas da editoração e a participação especial do professor da UFPA e coordenador do Fórum Landi, Flávio Nassar, essa edição comemorativa faz o roteiro a partir de 400 motivos, fatos históricos, culturais, curiosidades, atrações turísticas e gastronômicas que fazem de Belém, uma cidade ímpar. “Foi uma edição difícil, havia muitas coisas a serem incluídas, por isso seguimos um roteiro histórico, indo do ontem ao agora da cidade”, comenta o jornalista Mauro Bonna, que assina a edição do livro-álbum junto com Beth Mendonça.

O livro é assim separado em duas partes, com 200 pequenos tópicos referentes ao passado e 200 referentes ao presente, sugerindo lugares para visitar, como as ilhas que ficam no entorno da cidade, locais inusitados como o Cemitério da Soledade, e apontando algumas atrações anuais, como o Círio de Nazaré. Nestas indicações também algumas curiosidades são contadas de forma divertida e inusitada, aspectos que os belenenses deveriam saber para se orgulhar ainda mais “cidade das mangueiras”.

Participaram como apoiadores dessa edição, instituições públicas, privadas e entidades de classe. Entre elas, Banco da Amazônia, Celpa, Sebrae/Pa e DIÁRIO DO PARÁ.

CURIOSIDADES

Listamos seis curiosidades envolvendo a cena cultural de Belém presentes no livro “Belém 400 Anos – A Cidade em 400 fatos”:

- No final do século 19, antes de existir a Praça Batista Campos, ali havia a Praça dos Touros. Um dos principais programas de domingo nessa época, em Belém, eram as exibições de animais e toureiros vindos de Portugal e Espanha.

- A Pará Films foi responsável não apenas pelos primeiros filmes paraenses, mas pelos primeiros filmes feitos no Brasil. O responsável foi o cineasta catalão Ramon Baños.

- O cinema Nazaré era conhecido por seus frequentadores como “Cine Poeira”, pois, no início, o piso da sala era de terra batida e serragem, e só foi substituído por um assoalho convencional anos mais tarde.

- Com os anos, a mística em volta do Cine Ópera, (de filmes eróticos) se tornou tão forte que, em 2016, o cineasta Victor de la Rocque transformou a história do Ópera e de seus frequentadores no documentário chamado: “Ópera – O Bonzão Bonitão”.

- Por pouco não perdemos um dos grandes nomes da música para o mundo corporativo: a família de Waldemar Henrique era contra ele seguir a carreira musical, e o pai do maestro insistiu que ele se empregasse em um banco.

- A Banda Stress, em atividade em Belém desde 1974, foi a primeira banda a lançar um álbum de metal no Brasil.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)