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CINEMA

Paraense Nina Hiraoka estreia no Líbero curta 'Phobos'

Ao abrir a porta para uma rua deserta, dobrar uma esquina e se deparar com a escuridão, cada passo seguinte é dado com incerteza. O mesmo clima de suspense em que uma pessoa pode passar a vida toda é levado para os 18 minutos de “Phobos”, curta-metragem d

Ao abrir a porta para uma rua deserta, dobrar uma esquina e se deparar com a escuridão, cada passo seguinte é dado com incerteza. O mesmo clima de suspense em que uma pessoa pode passar a vida toda é levado para os 18 minutos de “Phobos”, curta-metragem da cineasta Nina Hiraoka. Nascida em Belém, ela volta de seu curso de cinema, no interior de São Paulo, com esta nova produção. A estreia ocorre hoje, com sessão às 19h, seguida de bate-papo com a diretora e o produtor Franco Sivina, no Cine Líbero Luxardo.

A história é protagonizada por Debra (Giovana Garcez) e Alma (Mari Mel), que acabaram de se mudar para uma pacata cidade no interior, onde pretendem começar suas vidas do zero após passarem por problemas familiares. Uma mulher de hábitos noturnos, Debra começa a sentir-se perseguida, acreditando ver silhuetas dentro de carros, sombras dentro de lojas, olhos a lhe observar das esquinas. Quando os amigos não acreditam que o suspeito fenômeno possa ser mais do que uma paranoia pós-traumática, ela começa a duvidar de sua segurança.

A inspiração para o roteiro veio das histórias que Nina Hiraoka e o diretor de fotografia de “Phobos”, Victor Galvão, ouviram na cidade de Salto, interior de São Paulo, para onde se mudaram para fazer o curso de Cinema. “Salto é uma cidade pequena, seus moradores são idosos em sua maioria, e tudo fecha cedo. Às 22h não tem nada na rua, chega a ser meio macabro e surge todo tipo de histórias. E é uma cidade onde todo mundo consegue dizer que não somos de lá”, conta a diretora.

Ao falar de uma personagem que começa a sentir-se paranoica, a dupla de realizadores percebeu ainda que era possível articular de forma diferente sobre uma temática bem atual – o medo de perseguição que mulheres e LGBTs sentem ao andar sozinhos na rua. “Eu já tinha feito outros curtas, mas talvez pela magnitude, por estar em um cargo ‘cabeça’ e ser um assunto muito próximo de mim, esse seja especial. Em Belém mesmo, depois das 18h, eu já não gostava de andar sozinha. É o suspense do cotidiano e acho que por isso é tão marcante”, comenta Nina Hiraoka.


Produção teve apoio da Lei Rouanet

O projeto de “Phobos” é o trabalho de conclusão de curso de Nina Hiraoka, e apesar de ser uma obra construída dentro da universidade, conseguiu o incentivo da Lei Rouanet. Com isto, foi possível realizar uma produção bem maior do que esperava. “A gente queria criar uma cidade do interior brasileiro, mas que pudesse ser qualquer uma, e foi possível filmar em três cidades do interior paulista. A equipe de filmagem pôde contar com 30 pessoas, e um total de 60 no projeto”, conta Nina.
O produtor do curta-metragem, Franco Sivina, também destacou a importância de trabalhar com recursos. “Abriu muitas portas. A gente nunca esteve acostumado a trabalhar com verba de produção, os curtas universitários geralmente chegam a R$ 4 mil e não passa disso, a gente consegue tudo na braçada, fazendo brechó”, comenta.

Como dois profissionais recém-formados, ele diz que a expectativa diante do mercado atual é sempre grande, em especial com relação aos meios de financiamento para projetos audiovisuais. “Sempre trabalhei com produção na faculdade. Entrei com a ideia de fazer montagem, mas me apaixonei pela produção e continuei com isso. Me preocupam, com certeza, as limitações de investimento em audiovisual, mas acredito que tem caminhos e a questão está sendo mais conversada ultimamente”, comenta o argentino Franco Sivina, queainda pretende continuar no país produzindo ao lado dos colegas brasileiros. Sobre a experiência que teve com “Phobos”, ele também conversa com o público de Belém, após a sessão no Líbero Luxardo.

Olhar otimista sobre cenário do cinema nacional

Primeiros trabalhos na bagagem e olhar otimista sobre cenário nacional
Aos 22 anos, Nina já coleciona alguns trabalhos em seu portfólio, começando por um musical que gravou antes de sua ida para São Paulo. “Meus pais trabalham no meio [Aracélia e Natsuo Hiraoka fazem parte da agência de publicidade Griffo], eu fiz balé por muito tempo, então sempre tive um pé nas artes, no palco, e por volta dos 14 anos comecei a me interessar por cinema. Antes de estudar em Salto, resolvi gravar algumas coisas”, lembra.
“Hoje Em Dia” foi gravado em Belém, em 2013, um curta musical de ficção, com 20 minutos de duração, que leva a assinatura de Nina no roteiro, direção e
produção executiva.

Em São Paulo, ela acabou estudando outras temáticas e vertentes do cinema. “Tanto que, nos últimos trabalhos que gravei, cada um é de um gênero e temática diferente”, comenta. Entre eles está “Matrioska” (2015), um filme experimental, que fala de múltiplas personalidades, gravado em uma única locação e vencedor do prêmio Melhor Atriz na Mostra Cachoeira, do 10º Cinefest Votorantim; e “Su Dau Thai”, um drama que fala de maternidade e depressão pós-aborto, em que trabalhou como produtora e designer de produção, eleito Melhor Filme e Melhor Direção de Arte do Capivaras
de Ouro 2016.

“Todos eles vão para um lado diferente, foram experiências bem distintas. Por incrível que pareça, estou saindo mais esperançosa do que entrei na faculdade. Quando mais leiga, eu tinha medo do desconhecido do mercado do audiovisual, da incerteza que ele é no Brasil. Hoje, pelas redes sociais, falo com grupos de jovens produtoras independentes, vejo novas iniciativas, muitas empresas com editais próprios para novos roteiristas, diretores”, afirma Nina, que volta para São Paulo após esta exibição em Belém e outra em São Luís, já com planos de levar “Phobos” a vários festivais de cinema.

Veja

Curta “Phobos”, de Nina Hiraoka + bate-papo com realizadores
Quando: Hoje, às 19h.
Onde: Cine Líbero Luxardo (Av. Gentil Bittencourt, 650, térreo do Centur – Nazaré)
Quanto: Gratuito
Informações: (91) 3202-4321

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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