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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quarta-feira, 04: Sobre vaidades e preconceitos

Enquanto via na TV a pelada gloriosa entre colombianos e ingleses, ontem, esfalfando-se num jogo de erros que só foi ter alguma graça no final, veio à mente a fatídica cena do jogo Brasil x Colômbia pelas quartas de final da Copa de 2014, na Arena Castelã

Enquanto via na TV a pelada gloriosa entre colombianos e ingleses, ontem, esfalfando-se num jogo de erros que só foi ter alguma graça no final, veio à mente a fatídica cena do jogo Brasil x Colômbia pelas quartas de final da Copa de 2014, na Arena Castelão (Fortaleza), quando a truculência de Zúñiga tirou Neymar de campo e da Copa.

O golpe consistiu de uma joelhada certeira nas costas do atacante em típico lance de disputa de bola na zona morta, sem qualquer perigo iminente de gol. Foi um gesto deliberado de agressão, espantosamente atenuado por muita gente no Brasil.

Por muita sorte, Neymar não teve complicações maiores. Mas, independentemente das consequências físicas para a vítima, a entrada criminosa de Zúñiga teve o efeito pretendido: tirar o principal jogador brasileiro do restante da Copa.

Esse episódio relativamente recente e grave nem chega a ser mencionado em meio à caça imposta a Neymar. Recebeu mais de 20 entradas faltosas, praticadas quase sempre em sistema de rodízio de verdugos. Curiosamente, não aparece ninguém cobrando que as arbitragens o protejam.

Fico a matutar se, em meio a essa verdadeira execração pública, outra joelhada como aquela seria analisada com os olhos da razão. Concluo que o clima de linchamento não permitiria isso.

Ingleses invejosos da técnica apurada do craque e dinamarqueses mordidos porque saíram da Copa mais cedo iriam provavelmente dizer que ele simulou ou teatralizou a infração, com os comentários sórdidos de praxe – “foi coisa leve”; “não é para tudo isso”; “futebol é esporte para homens”.

Claro. Afinal, como diria o outro, pimenta na pele dos outros é refresco.

Neymar tem seu quinhão de responsabilidade na origem da fama de cai-cai, mas o exagero dos ataques não permite ver a gradual e meritória evolução do time brasileiro, que só correu algum perigo contra os mexicanos, mas soube controlar as ações a partir dos 20 minutos e venceu com autoridade.

Como nas Eliminatórias, a zaga mostra-se inexpugnável, embora Thiago Silva só tenha entrado agora para o time titular. Apenas um gol sofrido e atuações soberbas da dupla central. Há quem olhe com desconfiança para o fato de que o Brasil não se comporta com a mesma irreverência tática de outros tempos. Prefiro entender como amadurecimento.

Tite, muito além do discurso empolado de palestrante profissional, é um sujeito obcecado por sistemas de marcação. É tão atento e reverente a isso que mantém Gabriel Jesus no time pela simples razão de que aprendeu a ser combativo e ajuda na recomposição.

Do meio pra frente, a tendência é de que a equipe deslanche, a partir do crescimento inegável de Neymar na competição, escoltado por Coutinho, Willian, Gabriel (ou Firmino) e Marcelo, que tende a jogar mais avançado.

O próximo adversário, pelas próprias características, deve ser o teste mais relevante já encarado pela Seleção. É improvável que os belgas repitam o jogo bisonho mostrado contra o Japão, mas a exibição desnudou algumas de suas fragilidades, principalmente na estrutura defensiva. É por aí que pode se construir o caminho do triunfo.

Papão busca vitória e reafirmação

Depois de cair em casa frente ao líder Fortaleza, o Papão tem outro compromisso difícil na Série B, hoje à noite, em Curitiba. Enfrenta o Coritiba, que tem 20 pontos e ambiciona ingressar no G4.

O histórico dos confrontos é desfavorável aos bicolores (10 vitórias do Coxa contra 5 do PSC), mas a preocupação maior é com a atual fase da equipe. Nos últimos dez jogos, apenas uma vitória, sobre o lanterna Boa Esporte, na Curuzu.

A ausência do artilheiro Cassiano é um ponto a ser ressaltado, mas os problemas se estendem além disso. Dado Cavalcanti não consegue dar consistência ao setor defensivo e nem encontra o encaixe na criação.

O mais desconcertante é que, após o jogo de sábado, o técnico admitiu que taticamente o time não funciona. Caso continue nessa cruzada errática, a tendência natural é de queda vertical na classificação. Os riscos são óbvios e imediatos. Em 11º lugar, o PSC pode já nesta rodada ser ultrapassado por até cinco concorrentes.

Exemplo de civilidade que arrasta e comove

Depois do gesto dos torcedores nigerianos limpando as cadeiras do estádio russo, a imagem do vestiário da Arena Rostov usado pelo Japão no jogo contra a Bélgica viaja pelo mundo como exemplo de educação e civilidade. Mesmo tristes pela derrota por 3 a 2, de virada, a delegação nipônica deixou as instalações tão limpas que nem pareciam ter sido usadas. De quebra, sobre uma mesinha, um cartão dizendo “Obrigado”.

De vez em quando, alguém faz a gente crer que o mundo insano e louco que habitamos ainda pode ter esperanças.

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