Dado Cavalcanti já conhecia a situação, mas volta a experimentar aquela sensação meio incômoda pós-clássico, quando o torcedor esquece tudo o que foi feito antes e prende-se apenas à mística que envolve o Re-Pa. Cenas de protesto, xingamentos e até pedrada em ônibus marcaram a saída da delegação do PSC do estádio Jornalista Edgar Proença, domingo à noite.
Eterno insatisfeito, o torcedor põe a boca no trombone para criticar pontualmente jogadores. Irritado com a derrota frente ao maior rival, não livra a cara de ninguém. Por sorte, para o PSC e para o próprio Dado, o trabalho iniciado há menos de dois meses garantiu classificação à segunda fase da Copa Verde e metade do caminho andado rumo à terceira etapa.
Além disso, no Parazão, a campanha bicolor vinha sendo irrepreensível desde que Dado chegou. Três vitórias acachapantes – sobre Parauapebas, Castanhal e São Raimundo – deram total tranquilidade ao time e classificação antecipada às semifinais.
O problema, como sempre, é que no meio do caminho há uma pedra chamada Re-Pa, que demarca as decisões dos grandes rivais e também limita seus passos. Explico: os clássicos da fase classificatória não determinaram grandes abalos para nenhum dos lados, nem para o bem, nem para o mal. Vencendo ou perdendo, ambos são semifinalistas.
Acontece que, por menos relevantes que sejam os danos para a classificação no Estadual, os resultados deixam sempre um rastro de turbulência, principalmente quando ocorre uma sequência de duas derrotas.
Dado faz muito bem em propor a imediata virada de página, sinalizando que batalhas importantes na CV estão à porta. A vida continua e o time precisa manter o foco, sem se abalar com o desenlace do Re-Pa. Com isso, o técnico lança uma manta protetora sobre o elenco e também sobre o próprio projeto do Papão para o primeiro semestre da temporada.
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