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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira deste sábado 927)

O sucesso da legião sub-35 A frenética busca por reforços (ou quase isso), empreendida pelos grandes clubes brasileiros, adquiriu contornos patéticos nas últimas semanas. Engraçado, digo eu, que nada tenho a ver com a gastança dos clubes para tornar seus

O sucesso da legião sub-35

A frenética busca por reforços (ou quase isso), empreendida pelos grandes clubes brasileiros, adquiriu contornos patéticos nas últimas semanas. Engraçado, digo eu, que nada tenho a ver com a gastança dos clubes para tornar seus times mais robustos ou rodados, conforme o caso. Ou, quem sabe¿, apenas para engabelar a torcida, como é mais comum do que se imagina, aqui e alhures.

Quase todos os nomes que ilustram as matérias nos jornais estão acima dos 30 anos, o que pode não ser muita coisa para goleiros, mas pesa bastante em relação a jogadores de linha, principalmente atacantes.

O recordista na busca por velhotes para seus times é o futebol mineiro, cuja dinheirama sem fim exibida por Atlético e Cruzeiro é algo digno de uma investigação mais aprofundada. O primeiro nome na dança dos veteranos milionários foi Fred, que muitos já davam até como aposentado após a nublada (pra dizer o mínimo) atuação na Copa do Mundo de 2014.

Com fôlego de sete felinos (ou raposas), Fred não só sobreviveu ao tsunami do Mundial como até se valorizou mais! Na contramão das críticas e da fama de cone, ascendeu à seleta faixa dos salários acima de R$ 800 mil, ganho de estrelas em ascensão na Inglaterra, Espanha e Alemanha, principais centros do futebol no mundo.

No final da temporada, decidiu mudar de ares e deixou o Galo, pulando para seu antigo clube, generoso na recepção, a ponto de lhe garantir remuneração avaliada em R$ 1 milhão mensais. Aqui cabe um parêntesis: nenhum outro país da América do Sul se dá ao luxo de torrar tanto dinheiro inconsequentemente com veteranos da bola, razão maior do buraco financeiro em que se encontram os grandes nacionais.

Talvez por inveja do rival, o Galo resolveu abraçar o apoio à categoria sub-35, contratando o pastor Ricardo Oliveira, com salários em faixa mais branda, cerca de R$ 200 mil. Ainda assim o valor incompatível com a pouca assiduidade com que Oliveira anda marcando gols.

Em São Paulo, que já foi túmulo do samba e é a terra da garoa, a gastança segue a mesma toada. Emerson Sheik, beirando os 40 anos, foi convocado para se unir ao incrível exército de Fábio Carille. Foi a resposta do clube à saída de Jô, artilheiro da temporada e um dos responsáveis pelo título mais fácil da história corintiana.

Depois de perder o rodado Hernane (32 anos), o São Paulo enveredou pela mesma trilha, contratando de uma só vez Diego Souza e Nenê, ex-Vasco. O meio-de-campo tricolor, com ambos em campo, vai ter feições sexagenárias. Com algum esforço, até o diretor de Futebol Raí poderia estar jogando com a dupla. Sem esquecer que Diego Lugano, 37 anos, ainda anda por lá, agora com funções extracampo.

A exceção entre os grandes de São Paulo é o Palmeiras, que adotou outros critérios para 2018. Preferiu investir em gente mais nova, como Lucas Lima, embora tenha permanecido com Felipe Melo, o pitbull falastrão de meia-idade. A média etária vai diminuir porque o eterno Zé Roberto finalmente decidiu pendurar as chuteiras, depois de enganar admiravelmente nos últimos três anos.

Os cariocas andam mais contidos, provavelmente por falta de recursos. Ainda assim, o Vasco mantém Luís Fabiano no elenco. O Flamengo pode de repente aderir ao modelito sub-35 se levar a cabo o projeto de renascimento de Adriano, ex-Imperador. Caso não seja possível, tem Guerrero, que não é tão idoso para o esporte, mas se comporta como um sagaz aposentado, econômico em gols e esperto o suficiente para faturar cerca de R$ 700 mil pratas todo mês.

A conversa poderia ir mais longe, mas penso que os exemplos acima dão bem a medida dos disparates gerenciais do futebol no Brasil. Há, obviamente, uma óbvia estiagem de talento, mas recorrer a jogadores em fase crepuscular de carreira denuncia falta de criatividade e de disposição para investir em jovens valores.

Papão mata a cobra e mostra o pau

Os jovens estudantes torcedores do Papão deram uma demonstração de pujança e amor pelo clube na quinta-feira à noite, exatamente entre 18h29s23 e 18h32s30, esgotando num tapa a cota de 500 bilhetes de meia-entrada postos à venda no site oficial do clube, como é praxe.

Por surpreendente, a vertiginosa procura gerou breve comentário da coluna, que alguns fundamentalistas preferiram interpretar por vias oblíquas, como é próprio dessa confraria de hunos que floresce (sem adubo) no campo fértil das redes sociais.

É natural que os intolerantes que vagam como zumbis pela internet, sempre à procura de um alvo qualquer, encontre abrigo no futebol, área tão generosa quando o assunto é dar pitaco e propagar informação fake.

Por sorte, ainda reina o bom senso entre gestores e agentes do negócio futebol. Depois de alguns ruídos de desinteligência ao longo do percurso, com o alarido típico dos que buscam promoção fácil, o pueril assunto foi esclarecido de maneira cortês.

Em contato com a coluna, o presidente Tony Couceiro afirmou que o tom da nota o deixou intrigado e até preocupado com qualquer tipo de ação que venha a prejudicar o sistema de venda de meia-entrada pelo clube, deixando claro que o clube jamais iria compactuar com qualquer burla.

Observei que o comentário traduziu surpresa em cima do alto número de acessos em tão curto espaço de tempo, sem ter obviamente intenção de atingir a instituição PSC, mas admitindo a possibilidade (sempre possível) de algum truque cibernético.

Atento à necessidade de transparência absoluta junto ao público consumidor, o clube se manifestou também através da assessoria de comunicação, detalhando o processo de compra dos 500 bilhetes e disponibilizando a listagem completa dos nomes dos compradores, providência que, presumo, deve se tornar rotineira a partir de agora.

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