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GERSON NOGUEIRA

Suplício de uma saudade

A nostalgia costuma flechar corações sensíveis. Quarenta anos acompanhando futebol geram, inevitavelmente, algumas convicções e servem para abarrotar a alma de lembranças, cuja avaliação vai mudando ao sabor do tempo. Alguém ladino já disse que nossa memó

A nostalgia costuma flechar corações sensíveis. Quarenta anos acompanhando futebol geram, inevitavelmente, algumas convicções e servem para abarrotar a alma de lembranças, cuja avaliação vai mudando ao sabor do tempo. Alguém ladino já disse que nossa memória é seletiva e costuma pregar peças. Isso vale para livros, comidas, filmes, amizades, músicas e futebol, não necessariamente nessa ordem.

Por vezes, revisitar certas coisas que nos encantaram ao longo da infância e adolescência revela-se frustrante. Descobrimos que o gosto daquele doce ou comida não é exatamente como nos acostumamos a acreditar que fosse. Alguns filmes decepcionam quando revistos em outro contexto de nossas vidas. O mesmo efeito pode ser sentido em relação a livros e músicas.

A respeito dessas reminiscências, o caderno Bola deste domingo destacou em manchete de capa os “Heróis da resistência”, campinhos suburbanos que resistem ao tempo afetivo de nossas lembranças. Alguns ainda conseguem sobreviver, como o simpático areião do São Joaquim, na Marambaia.

O mesmo ocorre com o estadinho Martiniano Almeida, na Sacramenta, heroicamente salvo da febre imobiliária por um abaixo-assinado que juntou assinaturas de mais de cinco mil moradores do bairro. No Jurunas, havia o campinho do Oratório, palco de duelos encarniçados do mundo peladeiro.

Nem tudo era divino, pacífico e maravilhoso nesses espaços. Havia confusão, baderna e nem sempre o ambiente permitia o surgimento de bons jogadores. Mas, de maneira geral, representavam um desafogo para a garotada que não dispunha de locais apropriados para bater uma bolinha. Com isso, acabavam cumprindo importante função social.

Lá pelos idos de 1970 e até meados dos anos 80, Belém contabilizava mais de cem campinhos de pelada, divididos democraticamente pelos diversos bairros, verdadeiros centros de formação de futuros boleiros profissionais.

Chaminha, Evandro, Zeca, Elias Flor da Rocha, Nilson Diabo, Edson Cimento, Jáster, Reginaldo, Marinho, Waltinho, Humberto, Leônidas, Amaral e Almeida Cambalhota são alguns dos nomes que pontificaram na chamada várzea, antes de serem descobertos pelos grandes da capital.

Clubes simpáticos do subúrbio como Sacramenta, Tiradentes, Sporting, Liberato de Castro, Santa Rosa e Sacramenta, que disputavam o Campeonato Paraense, socorriam-se desse manancial in natura. Jogadores surgidos nas peladas e que conseguiam jogar em nível profissional, às vezes ganhando oportunidades no trio de grandes clubes da capital.

À época, o certame estadual não tinha a presença dos clubes interioranos, permitindo a participação dos chamados nanicos dos bairros de Belém. Pois bem, os campinhos foram sumindo e com eles foi-se a oportunidade para a garotada da periferia, com fome de bola e apetite para fintas.

Não por acaso, o futebol do Pará passou a ter uma estiagem de revelações. Dá para contar nos dedos a safra de boleiros revelados dos anos 90 em diante. Ganso, Pikachu, Roni, Leandro Carvalho, Cicinho e alguns poucos. Nada contra a era das arenas, mas a saudade dos campinhos traz também a quase certeza de que éramos felizes e não sabíamos.

As jovens tardes de domingo que já não temos

Leitores atentos têm escrito à coluna observando o tom saudosista da coluna nos últimos dias. Admito brisas de banzo explícito em alguns escritos, talvez saudades do que já vivi e a desconfiança de que nada será como antes, como na velha canção de Milton e Lô Borges.

Dezembro apenas começa e já não temos futebol para apreciar, como naquelas velhas tardes de domingo.

Que o futuro nos compense de alguma maneira.

Final Brasil x Alemanha, se ocorrer, será replay de 2002

A coluna pisou na bola ao cravar Brasil x Alemanha como palpite de final inédita para a Copa 2018. Na verdade, ocorreu em 2002, na Copa asiática, com triunfo da Seleção dirigida por Felipão e estrelada por Ronaldo e Rivaldo. Que os 27 fiéis leitores me perdoem essa canelada.

Direto do blog

“Parabéns pra Diretoria do Papão! Vou comprar as duas camisas a ‘Valentia’ e a ‘Raça’. Todo bicolor que for ver essa postagem do Gerson vai querer comprar as duas. Realmente fazer referência à Copa do Mundo e às seleções da Argentina e Uruguai, que são nossas adversárias e não inimigas, foi uma sacada de mestre se considerarmos que a camisa da Argentina realmente sempre foi muito bonita e o nome do nosso clube tem origem no Uruguai azul celeste. Anotem aí: vai ser recorde de venda! E vai garantir o faturamento do clube. Que sacada de mestre, mesmo. Que a Diretoria não cometa erros na contratação de meias e centroavantes, para que em maio a camisa na versão da Seleção Brasileira seja um sucesso de vendas”.

Peixoto, baluarte do blog campeão e um alviceleste orgulhoso da nova linha de uniformes do Papão.

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