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GERSON NOGUEIRA

Falhas de formação

Saber passar é um dos itens básicos da cartilha de um boleiro. No futebol meia-sola ensinado e praticado no país pentacampeão do mundo, essa lição parece ter sido negligenciada pelos professores e instrutores dos jovens atletas. Números revelados pelo sis

Saber passar é um dos itens básicos da cartilha de um boleiro. No futebol meia-sola ensinado e praticado no país pentacampeão do mundo, essa lição parece ter sido negligenciada pelos professores e instrutores dos jovens atletas. Números revelados pelo sistema de estatísticas da ESPN (TruMedia) apontam para a gravíssima deficiência brasileira no fundamento.

Falta o apuro necessário para executar desde a simples troca de passes na defesa, entre zagueiros e volantes, até assistências mais caprichadas no ataque. Dos times brasileiros de Série A, o Corinthians é o melhor posicionado (26º do ranking), com média de 512 passes por jogo.

Na comparação com os índices das principais ligas do mundo – Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, França e Argentina –, o líder do Brasileiro tem números pífios, inferiores até aos de times emergentes, como o Defensa Y Justícia, da Argentina, que aparece com 518 passes por partida. O Nápoli detém a melhor marca: média de 742 passes por jogo.

Curiosamente, os treinamentos de times brasileiros – inclusive das divisões menores – são constituídos por longas sessões em campo reduzido. É o chamado treino alemão, que Carlos Alberto Parreira adorava ministrar para a Seleção durante a Copa de 2006 na Alemanha, enquanto o técnico germânico Klinsmann preferia priorizar fundamentos.

Até hoje é possível ver equipes brasileiras dedicando até uma hora de treino à prática do tal exercício alemão, com titulares e reservas jogando em meio campo apenas e com traves menores.

Os levantamentos do TruMedia parecem confirmar as desconfianças que senti ao ver Parreira botando os jogadores do escrete canarinho naquele espaço diminuto em Königstein, antes da estreia no mundial de 2006.

Para se ter uma ideia, o Corinthians também é o time brasileiro que mais acerta passes – 81,8% de precisão. Fica a léguas de distância do líder no quesito, o PSG de Neymar, com 88,7%.

Quando o assunto é assistência, o bicho pega de vez. Os corintianos continuam na frente entre os brasileiros, com média de 0,93 assistências que resultam em gol. Fica em quadragésimo lugar na lista internacional. Barcelona e Manchester City têm média de 2,46 assistências decisivas por partida.

Quem se dedica a ver jogos das duas principais divisões brasileiras não se surpreende com os dados apontados na estatística da ESPN. O que mais chama atenção nas partidas das séries A e B é a quantidade vergonhosa de passes equivocados.

Até tentativas de passe curto resultam em erros, resultantes quase sempre do mau posicionamento dos jogadores em campo, com distância acentuada entre os setores.

Há, porém, a questão individual. Jogadores que receberam formação deficiente nas divisões de base acabam tendo dificuldades maiores na execução dos fundamentos básicos – passe, chute e cabeceio.

Os números são frios e implacáveis: lições de casa precisam ser revisadas pelos clubes brasileiros, com urgência.

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