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GERSON NOGUEIRA

Poderes imperiais

Mais do que um marechal, o presidente do Remo se comporta como um monarca. Do alto de seus 83 anos, Manoel Ribeiro adota um estilo de gestão que remete diretamente aos escaninhos do passado. Sob seu comando, o clube vive dias dignos da década de 1970, pri

Mais do que um marechal, o presidente do Remo se comporta como um monarca. Do alto de seus 83 anos, Manoel Ribeiro adota um estilo de gestão que remete diretamente aos escaninhos do passado. Sob seu comando, o clube vive dias dignos da década de 1970, principalmente quanto às decisões centralizadoras e arcaicas, como a reinvenção da concessão de “bicho” aos jogadores e castigos bobos, como adiar pagamento para forçar o time a correr mais em campo.

O único ponto em que o Remo atual destoa das lembranças de 50 anos atrás é quanto ao êxito nos gramados. Aclamado pelos azulinos mais experientes como símbolo de conquistas e montagem de times até hoje marcantes na história do clube, Ribeiro ganhou a eleição no ano passado apresentando como credenciais feitos ocorridos há meio século. Por isso mesmo, quem o elegeu para exercer um quinto mandato é responsável pela situação atual.

Tudo o que foi dito da gestão anterior, de André Cavalcante, tem se repetido com sobras na atual. Na verdade, o Remo se tornou repetitivo quanto à má gestão e a pecados grosseiros na política de contratações. Muitas das pendências que se avolumam a cada fim de temporada estão diretamente vinculadas à autopredatória aquisição de jogadores.

Nesta temporada, o Remo chegou a quase quatro dezenas de “reforços”, todos absolutamente inúteis na busca infrutífera por títulos nas quatro competições disputadas. Com atletas regionais, o time fez campanha razoável no certame estadual, mas naufragou na Copa Verde – humilhado pelo Santos do Amapá – e na Copa do Brasil, desclassificado pelo Brusque.

Veio a Série C e os erros se avolumaram. Carta branca foi concedida ao treinador Josué Teixeira, que acumulou o papel de executivo – segundo o próprio Manoel Ribeiro – e saiu contratando a esmo, trazendo um time inteiro para o campeonato mais importante do ano. O esquadrão caseiro foi desfeito e os recém-chegados prontamente escalados, acarretando danos que perduraram até o desfecho, sábado, em Salgueiro (PE).

A chapa de Ribeiro assumiu o clube prometendo êxitos em campo e saneamento miraculoso das contas, além de pelo menos mais 13 propostas não cumpridas até hoje, incluindo a reconstrução do centenário estádio Evandro Almeida, destruído há quatro anos sob a presidência de Zeca Pirão, sem que nenhuma das instâncias do clube tenha reivindicado a reparação cabível pelos prejuízos causados.

Caótico em campo e atabalhoado no plano administrativo, o Remo é hoje uma nau sem rumo, com despesas futuras estimadas em R$ 2 milhões (incluindo salários de funcionários e atletas, velhos débitos, taxas do Profut e pendências trabalhistas), sem a contrapartida de receita para honrar os compromissos. É certo que a marca do atraso e da incompetência irá manchar a imagem institucional do clube, para sofrimento de sua imensa torcida, único patrimônio ainda não dilapidado.

Ante a ira da massa torcedora por outro ano perdido, Ribeiro, como um autêntico reizinho, diz que não renuncia. Os conselhos internos têm poder, mas não têm vontade política para tomar qualquer atitude. Na capitania hereditária em que foi transformado, entregue a caprichos dos donos de sempre, o Remo vai continuar refém dos desmandos, sobrevivendo não se sabe até quando.

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