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GERSON NOGUEIRA

O custo de uma trapaça

A passagem do Papão pela Copa do Brasil foi, como previsto, meteórica. Durou apenas 180 minutos, tempo suficiente para que o Santos impusesse uma vantagem agregada de 4 a 1. A experiência foi válida, sob o prisma poético de Pessoa, segundo o qual tudo val

A passagem do Papão pela Copa do Brasil foi, como previsto, meteórica. Durou apenas 180 minutos, tempo suficiente para que o Santos impusesse uma vantagem agregada de 4 a 1. A experiência foi válida, sob o prisma poético de Pessoa, segundo o qual tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Lucrativa? Até certo ponto, sim. O clube ganhou a cota de participação nas oitavas de final e obteve R$ 139 mil (valor líquido) na partida realizada no Mangueirão, faturando no total quase R$ 1,2 milhão.

Melhor que nada, dirão os mais pragmáticos. Sim, mas podia ter sido bem mais que isso, se Confederação Sul-Americana e CBF tivessem respeitado os termos do regulamento da Copa Verde vigente até o ano passado. Pelo que estava escrito, o campeão do torneio tinha direito a uma vaga na Copa Sul-Americana. Brasília e Cuiabá, campeões em 2014 e 2015, respectivamente, tiveram direito à participação.

Caso as regras fossem mantidas, o Papão – vencedor da competição em 2016 – estaria agora em plena disputa da Sul-Americana, juntamente com Corinthians, Fluminense e Cruzeiro, que foi eliminado anteontem.

Nem é preciso matutar muito para projetar a grandiosidade de uma campanha internacional, revivendo as glórias da Libertadores 2003 e galvanizando atenções da torcida. Some-se a isso o lucro que seria amealhado a partir do natural interesse dos patrocinadores pela presença alviceleste no segundo mais importante torneio de clubes das Américas.

Volto ao tema por considerá-lo ainda atual e por se constituir num dos mais descarados assaltos aos direitos de um clube brasileiro. A CBF, como representante da Conmebol no Brasil e com óbvia influência política dentro da entidade, tinha o dever de se posicionar em defesa de seu filiado, não aceitando as condições do calendário imposto garganta abaixo de clubes e federações do continente.

Ao mesmo tempo, o bom senso aconselha que não se veja surpresa no fato de a CBF, dona de um alentado currículo de decisões alopradas e danosas aos clubes paraenses, ter se mantido em conivente silêncio quando a Conmebol sinalizou que iria tomar as vagas dos campeões da Copa do Nordeste e da Copa Verde. Isso tudo acontecendo nas barbas de um dirigente paraense (e bicolor) entronizado nos altos escalões da confederação brasileira.

Por outro lado, já não é de admirar o comportamento da mídia esportiva do Sul e Sudeste frente à trapaça que golpeou PSC e Santa Cruz, o campeão nordestino. Afinal, se é sempre estridente e implacável quanto a qualquer escorregadela mais destrambelhada por parte da CBF, a imprensa sudestina é historicamente preocupada apenas com os interesses dos clubes da região, de certa forma beneficiados pela rasteira que vitimou PSC e Santa.

Até hoje, porém, persiste a surpresa pela aceitação do PSC a tal despropósito, levando-se em conta a existência de base jurídica para questionar e buscar a justa reparação do dano que lhe foi causado pelas principais entidades do futebol no continente.

É possível que questões de natureza superior tenham impedido que medidas indenizatórias fossem reivindicadas nas instâncias cabíveis. Nesse caso, fica a torcida para que tal postura tenha sido a mais sábia.

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