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GERSON NOGUEIRA

Nos braços do povo

Os números são excepcionais. Em oito jogos como técnico da Seleção, Tite conquistou oito vitórias nas Eliminatórias Sul-Americanas. Assumiu o cargo quando o Brasil capengava na sexta colocação e hoje ocupa a liderança do torneio, nove pontos à frente do s

Os números são excepcionais. Em oito jogos como técnico da Seleção, Tite conquistou oito vitórias nas Eliminatórias Sul-Americanas. Assumiu o cargo quando o Brasil capengava na sexta colocação e hoje ocupa a liderança do torneio, nove pontos à frente do segundo colocado. De ameaçado de desclassificação, o país pentacampeão ostenta a condição de classificado por antecipação à Copa do Mundo 2018.

Mais que o aspecto contábil, a Seleção de Tite cativa e empolga porque depois de muito tempo, talvez desde a Copa de 2002 e da fase pré-Mundial de 2006, o país não se via tão bem representado em campo.

Houve um tempo, antes e principalmente depois da Copa de 2014, que a Seleção se divorciou tanto da torcida que acompanhar os jogos virou sinônimo de programa de índio. Só os muito fanáticos pela amarelinha ainda tinham paciência para assistir as maçantes partidas.

Com atuações burocráticas, fiel à tabuada do pragmatismo, a equipe se esmerava em trocar passes laterais, fazer cruzamentos a esmo e ligações diretas. Nem vestígio do drible e dos lançamentos que fizeram a glória do país do futebol.

Um dos símbolos daquela era, Hulk, beque por vocação e destreza (ou falta de), era um dos preferidos de Dunga e continuou a ser prestigiado por Mano Menezes e Felipão, juntamente com Fred, Dante, David Luiz e outros menos graduados.

Foi preciso que a Alemanha aplicasse aquele corretivo histórico para que todos enxergassem o óbvio: o país havia perdido a sua essência e mergulhado na era das trevas do futebol de resultados.

Mas, mesmo depois da tragédia, a cartolagem seguiu errando. Resolveu ressuscitar Dunga, o capitão do mato, com a missão de “enquadrar” a Seleção, como se fosse um pelotão militar. É claro que a ideia infeliz não poderia acabar bem e o time seguiu aos trancos e barrancos.

Tite só foi lembrado quando o fantasma da eliminação já aparecia no horizonte. Campeão pelo Corinthians e com experiência em vários clubes, era a escolha natural para o desafio de resgatar a confiança na Seleção.

Sem mudar radicalmente as peças, ele teve o mérito de não inventar. Posicionou cada jogador em sua faixa específica. O esquema é o mesmo que quase todas as seleções do planeta utilizam, com quatro zagueiros, dois volantes logo à frente e um médio (Renato Augusto) qualificando a transição. À frente, um tripé de atacantes ágeis e dribladores, que não guardam posição e se deslocam constantemente.

A grande diferença em relação aos outros países é que Tite tem um punhado de jovens boleiros ávidos por conquistas. Neymar, o fora-de-série, é o eixo do time. Gravitam em torno dele Philipe Coutinho, Gabriel Jesus, Willian, Firmino e Douglas Costa, trocando passes e infiltrações.

Ainda está longe de ser um dream team, mas o Tite é um obcecado pelo jogo de alto nível e pelos esquemas que facilitam a aproximação entre setores. Com ele, a Seleção recuperou o prazer do drible e os passes de primeira, fundamentais para contornar esquemas de forte marcação. Contra o Uruguai e o Paraguai essa filosofia foi exposta (e testada) em todas as nuances e os resultados foram empolgantes.

É preciso, porém, evitar a todo custo o oba-oba delirante. A Copa do Mundo é um torneio bem mais seletivo e traiçoeiro que as Eliminatórias.

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